Tanatologia e Tanatologia Forense

“ Morte é um processo e não um momento”*

Professor Dr. J. Pinto da Costa recorre frequentemente a várias histórias enquanto do seu discurso, faz-se caso a cada imagem de determinado indivíduo morto! Em algumas destas imagens fica a importância de inferir causas da morte, o tipo de morte (homicídio, suicídio ou acidente) e a identificação de aspectos característicos de determinadas mortes!

Um caso em que surgiu a dúvida se de acidente ou suicídio se tratava, diz respeito a um homem encontrado com o capacete da sua respectiva moto, atado com uma corda ao pescoço, por sua vez atada à maçaneta da porta! À partida seria de considerar que se tivesse matado, errado, o homem não pretendia morrer, pretendia com isto obter algum prazer. Ao que parece o aperto do pescoço causa certa anóxia (ausência de oxigenação do cérebro), que pelos vistos causa prazer aos respectivos praticantes (não se aconselha a experiência, visto a forte possibilidade de resultar em morte ou em graves lesões cerebrais)! Passa-se que em conversa com um outro praticante, este o aconselhou ao uso de um capacete, em substituição da gravata que usava, pois o prazer seria melhor, capacete significaria para o outro um saco de plástico, interpretado pelo morto como um verdadeiro capacete. Conclusão morreu pelo prazer!

Uma forma de inferir se um indivíduo estava morto aquando dos ferimentos é pela infiltração sanguínea, se a ferida se encontrar relativamente seca, ou quando pela passagem de uma esponja não aparecer sangue, significa que aquela ferida foi provocada em morte. Passou a imagem de um indivíduo que se suicidou com dois tiros na zona superior ao queixo. O orifício do primeiro tiro apresentava infiltração sanguínea, e o segundo não, significava isto que o primeiro tiro não o tinha morto, mas sim o segundo.

Feto sem cabeça – Conta a história que uma senhora prestes a ter o filho recorre a uma amiga para o parto, acontece que a amiga na hora de retirar o bebé, não retira todo o bebé mas apenas a cabeça. Diante disto as duas não contam o sucedido! Acontece, como diz Pinto da Costa – “Existem vizinhas!”. Uma vizinha conversa com a antes grávida, obtendo a justificação de aborto e da presença no hospital em tal dia, a vizinha pouco convencida vai ao hospital e pergunta se a "fulana tal" lá esteve, é lhe dada a informação de que não, com isto a vizinha liga para a polícia por suspeita de homicídio. Mais tarde por confissão do acontecimento e por análise do corpo, conclui-se que o feto já estaria morto, antes da hora do parto, isto porque não apresentava infiltração sanguínea. Não foi homicídio, mas o caso não deixou de facultar vários problemas às duas intervenientes.

Tanatologia é assim, a parte da medicina legal que se ocupa da morte e dos problemas médico-legais com ela relacionados.

“O destino normal de quem nasce é morrer”*


*- Palavras do Prof. Dr. Pinto da Costa

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