Momentos Culinários

Seguiu-se a hora de cozinhar – Bolachinhas – Tentativa distractiva. Meti mãos na massa, começando por juntar manteiga e açúcar, cheirosa junção no meu olfacto, usei uma colher que da força ficou empenada, depois soltou-se um pó branco, inofensivo, envolvido pela empenada, juntei-lhe o amargo cacau, e de ajuda empenada e da mão húmida massajei a massa. Parecia plasticina, estava mole, senti-me acompanhada, o tom era chocolate, arregalou-me o olho e adoçou-me a boca, envolvia-a sucessiva vez, enrolei-a, apertei-a, aconcheguei-a, aquecia-a, desejei-a, sonhei-me! Separei-a em pequenos pedaços, afastei-a das compatriotas, e moldei-a, fiz-lhe a decoração, cravei-lhe profundas marcas, e desejei-lhe toda a sorte no calor que lhe faria levantar o estado esbatido que apresentava. As primeiras doze, morreram no calor excessivo, o entusiasmo fora tanto, que se lhes rodeou a cinza; as segundas vinte mais as minimizadas dez sobreviveram, pela atenção maçadora, pelo palito espetado, pelo amor que queria como concretizado!
Houve quem levou tristeza, tudo porque existira ali dedicação, tempo investido, e tudo para acabar no balde do resto. As alegadas sobreviventes, retiradas por mim uma a uma, fizeram-me as deliciais por amostra, e dei-as como sinal do meu esforço a provar, e como gratificação foram devoradas entusiasticamente.

Se alguém quiser algum deste sentimento gustativo apite!

Um pequeno aparte, ainda a dita hora do planeta, não me pareceu que o mundo do futebol afectado tenha ficado com este memorial acontecimento, se de luz apagada tivessem estado teriam duplicado o remate, e quem sabe o fosse certeiro.

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