Feira com livro

A primeira visitinha à feira do livro foi ontem, achei-a fraquinha, e pelos vistos não fui a única. A nave do Parque de exposições estava um quanto vazia, notei a falta de alguns stands, e ao que parece o motivo deve-se à simultânea feira do livro, que se realiza em Coimbra em horário de exposição muito parecido ao de cá, que chatice, fala-se em 180 livreiros, até deu vontade de lá dar um saltinho, mas não me parece que alguém queira saltar por tais motivos. Paciência, quantidade não significa qualidade, contudo o que mais me deixa pena é a pouca oferta dos alfarrabistas.Pois bem, dei a voltinha à feira, e foi no último stand, alfarrabista, que escolhi o livro que iria trazer, velhinho de capa desconcertada, páginas amareladas e se pela humidade ou se por outras questões, fazem-se difíceis na separação. Houve quem me quisesse demover da escolha, argumentando que estava muito velho, eu argumentava que o queria por ser velho, data pela pesquisa que fiz, de 1954 e chama-se “A Volta ao Mundo do Riso” de Pierre Daninos. O nome diz tudo, o que nos faz rir, aqui ou ali, lá bem longe.“A personagem cómica mais sensível às mudanças de clima é o marido enganado.”
“Quanto à Inglaterra, a mulher adúltera é uma personagem interessante, nunca porém cómica; quanto ao marido enganado, não passa de uma personagem um tanto incómoda, mas sem grande interesse. Ele só faz rir os Latinos, com excepção dos Espanhóis e dos Portugueses, entre os quais deixou a influência dos Mouros deixou traços profundos. Tendo eu perguntado a um amigo português se havia muitos maridos enganados em Lisboa, ele respondeu-me, sem sombra de sorriso: “parece-me que há menos do em qualquer outra parte, porque são sempre absolvidos””

“O humorista inglês procura fazer rir com histórias extravagantes e realmente um pouco doidas. Ora o Francês não gosta de histórias.

“Nada, ao contrário, faz rir tanto um inglês como o non-sens, que não quer dizer absolutamente nada, como certos versos de Edward Lear, ou certas histórias de loucos” por exemplo, e resumidamente – vê-se um homem a tentar meter um cavalo no 1.º andar, pede ajuda a um outro cavalheiro para o feito, chegando diz-lhe que o leve para a casa de banho, depois dito, o outro cavalheiro pergunta-lhe porquê, responde-lhe, a tudo que digo à minha mulher ela responde-me “Já sei”, agora quando ela entrar na casa de banho dirá “John! Está um cavalo na tina!” e eu responderei – “Bem sei, darling”. Isto não me arrancou uma forte gargalhada, talvez porque não obedeço aos padrões humorísticos dos Ingleses.

França e Inglaterra só são dois dos muitos países que o livro fala, não falando de Portugual, a tal coisa não achei piada, será desinteressante do ponto vista cómico o povo Português?

Comentários

Che Guavira disse…
A volta ao mundo do riso
Digitalizei esse maravilhoso livro
Revisado com carinho
Podeis baixar em
http://cheguavira.blogspot.com/

Mensagens populares deste blogue

(des)arquivado

já era tempo...