No geral ninguém quer saber como nos sentimos ou como nos fazem sentir, no geral generalizado, na generalidade das pessoas que gostamos mas que não gostam de nós.
Na generalidade este é um mundo animal em que cada um segue a sua faixa, e se porventura não é a mesma, executa a manobra de ultrapassagem, ainda que perigosa, muitas, dão-nos tempo para cheirar a brisa do vento, outras, são tão rápidas que se ficam pelo vislumbre desfocado, e ainda há quem ultrapasse e se deixe ultrapassar, tem dias que seguem o curso, outros apetece-lhes cometer ousadia louca deixando-nos “à nora” de um suposto o que fazer, agora! E quando este tipo de generalidades se cruzam com o meu trilho fico aborrecida, fico descontente como a folha que se sente injustiçada porque o seu porto de abrigo a forçou a partir. Fico triste porque o mundo afinal é raiado a escuros e claros, não é o cor-de-rosa suave e juvenil da minha infância; porque não existem príncipes encantados em cavalos brancos, e eu quero um, ou os dois; porque gostava de viver, pelo menos, uma única vez a perfeição que dizem não existir! A magia, ai e a magia, onde? Provavelmente só em histórias começas pelo terminado era.
Pensava eu fazer dela, minha imagem semelhança, aquilo que melhor fosse a fazer para correctamente a denominar pelo seu de direito nome, serei eu ou ela a pedir exigência inacessível, serei eu a sonhadora e ela a realista, será ela a velhota experiente e eu a canalha inconformada?Serei eu capaz parar de questionar e [...]

Comentários

Anónimo disse…
bom post.

continua

cabeça erguida e um dia o teu sorriso será permanente ...

beijo

...
Parar de questionar é parar de viver.
Gostei muito do texto reflectido e com um sentir intrínseco à própria vida.
Concordo com a sua introspecção e eu próprio me questiono sobre a mesma.
Partilho consigo um pequeno excerto de um texto que poderá encontrar no meu blog em que de uma forma cinematográfica questiono o mesmo ponto de vista.
“Em tantos mares naufraguei sem nau que me abrigasse, tantas bibliotecas visitei que me perdi nas páginas de muitos livros.
Em tanta cama repousei abandonando-me à sorte de frívolos amores, que em mim amadureceram. Alguns, convidando-me a desvirginar-lhe a alma. Também os houve, que me resgataram deste claustro de fobias e eu, sequioso mostrei-lhes os meus olhos despidos das mazelas do mundo olhar puro, virgem de vida e morte, inocente como um mito.
Ontem nada me doía, hoje dói-me o peito, a luz baralha-se-me a mente, relampeja-me em trovões, e estes zumbem-me nos ouvidos.
Ontem lia livros incendiados de paixão e sonhava com o amor sentido e genuíno.
Hoje, como um doido no escuro a vociferar impropérios, o meu punho inflamado e empolado de tanto rodar, os dedos tortos, os óculos baços, as canetas roídas, gastas e amontoadas, o quarto sem luz e no entanto escrevo e escrevo segundo a segundo, minuto a minuto, hora a hora, dia a dia.
Na ausência de papel escrevo no corpo. Braços, pernas, tronco, cabeça, o meu corpo polissilábico, pleno de azul e eu sabendo, nos momentos em que começo a fraquejar, que a luta apenas está a principiar, segundo a segundo, minuto a minuto, hora a hora, dia a dia.”
Foi um prazer visitar este seu espaço, voltarei certamente.
Abraço

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